18 maio, 2014

LIVRO EM GESTAÇÃO

Estou ainda gestando o meu livro. O título mudou para: "O Brasil e sua Justiça". Trato de dois casos pessoais, um outro nacional, de domínio público, e o caso do "mensalão". Já conta com perto de 400 páginas. Creio que inicialmente vou editá-lo, eu mesmo, em e-book. E isso por inúmeras razões. Depois darei mais detalhes aqui.

27 janeiro, 2014

Meu Livro, "A Justiça no Brasil", já está quase pronto.
São 350 páginas no formato 16 x 23 cm.
Depois vou colocar uma sinopse aqui.

03 junho, 2013

ESTOU ESCREVENDO UM LIVRO!

ESCREVENDO UM LIVRO!
É, depois de tanto tempo cá estou eu novamente fazendo uma breve postagem...
Estou escrevendo um Livro...
Está com perto de 280 páginas e trata dos descaminhos da nossa Justiça.
Já estou fazendo contatos com uma ou outra Editora. E isso é complicado e demorado.
Mas estou confiante pois o tema e a abordagem dele são inéditos em nosso país.
Depois retornarei com mais detalhes. 
Estou feliz por ter retornado a estas páginas.
Um carinhoso abraço.

27 março, 2008

O REENCONTRO FELIZ

Há "exatos" um tanto bom de anos nascia o meu filho Christian.
Sei, que naquelas horas de uma noite de ansiedade e tensão, sem qualquer repreensão fui adentrando pelo corredor do bloco cirúrgico, que naquele momento se fazia quase deserto...
As luzes eram indiretas, suaves. Os barulhos esparsos. Os meus passos lentos por si haviam me conduzido por ali, eu aparentemente calmo, sem considerar a minha vontade interior imensa de acelerá-los, de forma resoluta, para o encontro inevitável.
De repente escutei um choro forte e dissoluto vindo do fundo do corredor. Que se repetiu. E isso mais uma vez. Cujo choro ecoou nas paredes, reverberou na minha mente e atingiu forte o meu coração.
Num átimo de segundo eu percebi que aquele choro era muito meu conhecido, ainda que eu o estivesse escutando, naquele momento, pela primeira vez.
Mas instantaneamente o havia reconhecido. Era o choro vindo de uma cria, minha.
E que acabara de nascer...
Era o choro de um filho, meu!
Eu o havia esperado por longos e custosos meses. Havia gravado o barulho da placenta e o do bater do pequenino coração, dentro do útero materno. Estes, então, eram os mais avançados recursos existentes à época. Não se sabia de nada, nem qual seria o sexo do bebê esperado.
E o choro, ali por mim naquele momento ouvido a alguma distância, era o de um filho homem. Disso não tive dúvidas.
E aí eu me percebi feliz, de uma forma tal e numa tamanha magnitude, que eu jamais imaginei fosse possível sentir.
Lembro-me de sentar no chão daquele imaculado corredor de bloco cirúrgico.
Estava sozinho, mas ao mesmo tempo acompanhado de todos os anjos bons do Universo.
Eu precisava me escorar, assentar.
O peso da felicidade era esmagador.
Havia reencontrado, naquele exato momento do choro revelador, um ser recém chegado do Cosmos e, ao mesmo tempo, vindo do meu coração: meu filho!
Sem explicação.
Mas, apesar da vontade imensa, eu nem podia gritar ...
Restou-me compartilhar aquele choro de vida com as minhas próprias lágrimas.
E assim aconteceu.

21 março, 2008

OS ANJOS SABEM


E SABEM SIM, DE MIM!
NADA TÃO DIFÍCIL.
NADA TÃO COMPLICADO.
É FÁCIL.
SOU O QUÊ SOU: EU, SEM SURPRESAS, SEM MÁSCARAS,

SEM MANIPULAÇÕES.
SIMPLES ASSIM.

12 junho, 2006

A Juventude se foi ...

Passaram-se os anos, rapidamente. Eles se foram, eh, inexoravelmente! Com eles "vi minha vida se esvaindo, indo embora, se perdendo ..."
O tema, desenvolvido alhures em forma de poesia pura, agora me aflige em sua presente forma de consciência crítica. Lembranças indeléveis fugidias, doces ou amargas, suaves ou arrebatadoras, quais carícias ou amargos açoites emocionais, relativamente amortecidos pela distância temporal do acontecido, estão a me afligir na forma de espasmos incontrolados e indesejados.
Ao mesmo tempo já sinto o torpor decorrente do cansaço. Ah, o caminho percorrido...
As articulações físicas já não respondem prestimosas às exigências cotidianas, com a destreza d´antes. Naturalmente vou me acomodando. Não forço a barra.
Sem uma única alternativa válida aceitável ou pláusível, reconheço e me recolho à realidade. Não há como contestá-la. Aceitá-la e fazê-la cúmplice das minhas mais íntimas necessidades emocionais e espirituais, esta é A Chave.
Buscar a magnificência da natureza associada às mais belas expressões artísticas produzidas pelos Iluminados, este O Caminho.
Usufruir da beleza da arte maior esculpida ao longo de séculos pelos seres bafejados pelo dom é tarefa incomensurável e árdua. Própria para ser exercitada pelos desapegados das qüestiúnculas materiais.
É para mim hora de me ater mais detidamente sobre tudo isso!
Sempre soube (!), de há muito, que o enfrentamento seria pouco doloroso.
A transição, pois, não tem o sabor da dor...
Nesse início de caminhar, assombrado, às vezes tenho me sentido sufocar de tanta beleza ao meu derredor cada vez mais verdadeiramente percebida.
Só de ser capaz disso já se me afigura um privilégio.
Devo reconhecer, com a humildade própria e naturalmente intrínseca de um ser que se sabe infinitamente pequeno diante do Universo conhecido, que busco uma saída honrosa para o ocaso da minha vida material aqui nesta existência.
Não será - ou é -, com certeza, nem mesmo uma saída original. Longe disso.
Mas é o caminho que estou a vislumbrar - e a desejar- como aquele que irei trilhar daqui pra frente.
Com um misto de angústia existencial e também de prazer emocional.
Delicadamente me preparando para a transição final :
A sorte.

27 fevereiro, 2006

SEMENTE PLANTADA NO LODO

As mais belas flores, as orquídeas selvagens mais lindas e raras foram e são encontradas indiscriminadamente junto com as ervas daninhas em terreno úmido, lodoso.
Mistura da beleza inata com a mais difícil das realidades, vence a beleza. Total incongruência com resultado previsível.
A beleza reage positivamente à dificuldade grave. Resulta em uma beleza maior ainda.
Sem nem bem saber disso, plantei uma que imaginei presunçosamente ser uma semente especial e daí que resultou em um filho verdadeiramente especial. Ninguém podia se aproximar dele, quando bebê, sem estar devidamente higienizado e preparado pra um contato físico sem oferecer riscos (pra ele) de indesejados contágios...
Vive hoje essa minha semente germinada, certamente um tanto que sofrida pela reminiscência ... (da origem pespotática)-, altivo e confiante, de uma forma bem auto-suficiente. Resultado ele de uma mistura de pespotativismo e ultrativismo, venceu este último.
A vitória não é minha. É a vitória da beleza. Aquela da qual bem falou Soltsjenitzin, A. Iatzeievich - ( "A" de Alexander, Iatzeievich (quer dizer: filho de ... -o patronímico-) no seu discurso de agradecimento pelo Nobel de Literatura de 1.970, ao qual não pode comparecer; era recluso em seu próprio país pelo crime de opinião. Esse seu inusitado discurso foi lido, na cerimônia de entrega dos prêmios em Estocolmo - (ou Helsink, ou Oslo, não me lembro bem), por terceiros em seu nome.
Tive acesso a esse Discurso cerca de cinco anos depois.
Publicado aqui, tal qual os incomparáveis escritos de Soltsjenitzin traduzidos do russo para a língüa francesa e daí para a portuguesa -( com ácidas críticas )-, o livreto ( umas trinta e poucas páginas) caiu em minhas mãos. Meu deleite. E eu o dediquei - aquela beleza de formosura, quase que em forma de "ode" ,- ao meu filho, então com menos de dois anos de idade. Lembro-me de estar cuidando dele, de dia, olhando pra ele deitado, dormindo na cama ao meu lado e eu escrevendo a dedicatória... (história viva!)-. Desafortunadamente anos mais tarde depois fiquei longe do meu rebento. E também desse precioso livreto, com minha dedicatória e assinatura - ( e agora mais perto da minha machucada e dolorida memória) . Brincando de poeta, passado tanto tempo, estou à procura da antiga leitura... Alguém tem notícia? Recompensa-se!
A Beleza . . . Urge seja resgatado o "Tributo à Beleza" ! De Alexander I. Soltsjenitzin (quem sabe o mesmo livreto não está perdido em um sebo qualquer e, resgatado, não vem ainda acompanhado da minha velha dedicatória?)

22 fevereiro, 2006

O PIOR JULGADOR É . . .

Tenho matutado, ao longo de boa parte da minha vida, a respeito do mandamento cristão de que deves perdoar teu ofensor não sete vezes mas sim setenta vezes sete, o que equivale a dizer indefinidamente.
Caso sejas um cristão fiel seguidor das Escrituras teu algoz já está perdoado, independentemente da ferida a ti causada ter ocorrido ontem, hoje e das tantas vezes que a mesma vier a ser reaberta em teu peito, amanhã e depois. Ponto final. Não interessa se a ferida chegou, ou não, ao menos a cicatrizar, a sarar. O mais importante e fundamental do cânon é ... perdoar. Não algumas muitas insuportáveis vezes mas sim infinitamente.
O ensinamento mestre parte do pressuposto de que o agredido é um ser superior, dotado de uma força e um poder interior inabaláveis, indestrutíveis. E para aumentar ainda mais esse poder interior, urge seja ele posto em provação e reforçado com o martírio continuado.
A questão do agressor, em si, é de menor - ou nenhuma - importância. Já está condenado aos quintos do inferno. Ele tem, entretanto, a opção de se arrepender verdadeiramente, ainda que no estertor da morte. Aí também, segundo os cânones da Igreja, não interessa a natureza nem a extensão das feridas perpetradas, o tamanho do sofrimento afligido, a dor que te impôs e a terceiros. Para tal remissão, basta que haja o sincero arrependimento dele nas tragédias incorridas em tua vida. E ainda: quanto ao sofrimento e ao perdão, não se discute da existência de apenas um agressor mas de tantos(!) quantos a vida venha a atravessá-los em teu caminho.
Duas são as posições aqui, absolutamente conflitantes e antagônicas: aquela do(s) algoz(es) e a outra, a da(s) sua(s) vítima(s). No universo da piedade cristã, cabe à vítima exercitar o perdão, tantas vezes quantas este se faça necessário para ser fiel à cláusula pétrea do dogma. Como quanto para, assim agindo, dar com o seu testemunho de fé absoluta, a possibilidade de que seu verdugo se aperceba voluntariamente do(s) seu(s) ato(s) e, arrependido, busque o bom caminho da salvação espiritual. Setenta vezes sete é o preceito do perdão.
A ele, a quem perpetra a dor >>>>>>> o perdão está garantido e mais ainda a indulgência, a remitência dos seus pecados cometidos até o seu último suspiro de vida.
O mal >>>>>>>> entretanto foi exercitado no curso da vida >>> do ofendido. A este foi garantido, via de consequência ... o sofrimento!
Minhas indagações básicas são aquelas fundamentais. 1ª questão: alguém magoa profundamente alguém e os reflexos da agressão se estendem ao físico, ao emocional e aos seus outros universos sensoriais. Este ofendido, cristão até à medula, sinceramente perdoa o ofensor e trata de seguir em frente. Mas as sequelas daquela agressão são tão fortes, contundentes, que o remetem ao entrevo do corpo e da alma. Mas houve o perdão! Contudo, os entes queridos do ofendido estão vendo-o física e emocionalmente enfraquecido, atrofiado... Eles dependiam dele, da sua fortaleza e da sua integridade para também viver e se desenvolverem satisfatoriamente... E eles sofrem tanto ou mais que ele e não perdoaram!... 2ª questão) : o agressor, cristãmente perdoado, não se deu conta do tamanho e do alcance do dano perpetrado à sua vítima e aos seus entes afligido. E segue seu caminho de barbárie. Impune. Outra vítima incauta e desavisada (tal qual a anterior foi) cruza o seu caminho. Mais um cristão ortodoxo. Mais um perdão unilateral desacompanhado do perdão das demais vítimas a si vinculadas por parentesco ou afinidade. E segue a trajetória de eterno perdoado o verdugo inconsequente. Mais cristãos em seu caminho, mais vítimas e mais perdões, somados aos demais inocentes atingidos por tabela. Evidente que ele não se arrependeu dos males adrede cometidos. Pedir perdão? Ora, nem por mera formalidade, pois nem precisa . . .
E marcha confiante. Os males que perpetra não são necessariamente aqueles prescritos como crimes no código penal. Ou se são, também são de difícil ou quase impossível prova. Seriam crimes perversos contra a honra e contra a alma, profundos. E seus alvos prediletos são os cristãos ortodoxos. Aqueles que acatam o honorável mandamento do perdão incondicional da parte do ofendido. E nessa trilha segura caminha o impune.
Tantas pessoas atingidas, tantos seres inocentes conspurcados, aviltados em seus corações e mentes. E a única resposta permitida pelo dogma e dada ao agressor foi o perdão. Em nenhum momento ele se apercebeu da gravidade dos seus atos. Não sofreu nenhuma mísera punição.
Em sendo assim...
 "Atenta bem: >>> Não acovarde. <<< Não transfiras para ninguém, nem para Deus, tarefas e responsabilidades que são só tuas! Cuida, não só de ti, da tua consciência de cristão virtuoso mas, concomitantemente, da integridade e incolumidade do teu vizinho. Ser um bom cristão não é só tratar dos teus preceitos de fé, particulares, mas também e principalmente, é zelar pelo bem dos teus semelhantes." (*)
(*CÓDIGO MUROGI INTEMPORAL)

Não sejas um mau julgador: não julgues os outros por si !

20 fevereiro, 2006

SINCERIDADE !

Você é capaz de ser sincero, de verdade?...
Não ! Não estou falando da sinceridade formal, abstrata. Estou focado na atitude de ser, não de parecer ser. Também não estou invocando a forma agressiva de agir na vida real. Apenas perguntei: você seria capaz de viver de forma naturalmente verdadeira ? Sem pedantismo, sem agressividade... Acha que sim? Acredita que uma postura que temperasse um comportamento absolutamente livre de falsidades somado a uma calma; melhor, somado a uma tranqüilidade interior decorrente justo dessa liberdade de ser livre de falsidades; mais: ser ainda possuidor de um coração bondoso e de uma mente desapegada de tolas vaidades, no que isso resultaria como atuação de ser um humano portador dessa combinação de valores e procedimentos ...
Já imaginou a força decorrente dessa benigna mistura, o poder daí advindo? Já pensou nisso antes? Acha simples, fácil tal composição ? Conhece alguém assim, alguém que dispensa apresentações, rótulos, adjetivações?... Alguém cuja simples nominação imponha instantâneo respeito . . . Alguém ao mesmo tempo simples e majestoso . . .
Por outro lado, que tipo de gente você mais admira? Quais são os exemplos de pessoas que você mais cita, como detentoras, no seu conceito, das mais apreciadas qualidades, virtudes? Valeu ter conhecido fulano ou sicrano? São pessoas dignas da sua admiração? Porquê? Se identificou com elas? Acredita firmemente nelas? Não, não estou me referindo ao fato dessa pessoa ter enriquecido... Teria coragem de deixar sua inocente, meiga e querida filha de dez anos de idade aos seus cuidados por um final de semana?
Você tem pensado sobre os valores, aqueles que você cultua como formadores de uma personalidade sadia e apreciável e que você mais gostaria de possuir e ver presentes em seus conhecidos, parentes e especialmente nos seus filhos ...
Você acredita, tal qual eu, que o bem sempre vence o mal ?. . .
Que a Verdade sempre vencerá a mentira ...
O Amor será sempre, ao final que seja, em quaisquer dimensões da vida, vencedor ?...
Pois disso tenha certeza: acredite !

19 fevereiro, 2006

CARÁTER, UMA QUESTÃO DE

>>>>> CARÁTER, UMA QUESTÃO DE <<<<<
"Há uns tantos bons anos atrás, uma notícia em rodapé por aqui publicada e sem qualquer realce nos jornais, provinda dos Estados Unidos, me chamou particularmente a atenção. Informava que um alto comandante de uma das Forças Armadas daquele país, oficial veterano das guerras da Coréia, do Vietnam e de todos os entreveros bélicos nos quais participara desde sua formatura na Academia Militar de West Point, havia propositadamente dado cabo de sua própria vida. Motivo: apesar de ostentar em seu peito de militar destemido as mais altas condecorações concedidas pelo Governo e pelo Congresso norte americano, todas por atos de heroísmo e de bravura constatados nos campos de batalha, descobrira-se que uma, uma dentre todas, uma única não se justificava estar ali sendo ostentada. Este oficial-general, ainda na ativa e certamente no auge da sua vida pessoal e da carreira militar, no exercício de um dos mais altos postos de comando da sua corporação, absolutamente respeitado e até então mesmo deificado como herói entre seus pares, havia sido pilhado ostentando em seu peito, em meio a inúmeras outras, "uma única mísera" condecoração injustificada. Quem levantou a questão teria sido uma revista semanal de informações e, a partir daí, aquela insígnia sem lastro provocou que o oficial general desse cabo da sua própria vida. Tudo que ele havia erigido de verdadeiro, de heroico ao longo de toda uma vida de soldado corajoso e intrépido havia vergado, sucumbido, ante sua única falha de comportamento até então: a de querer ostentar mais uma condecoração, só que esta imerecida. Imaginou existir então só uma única solução para tentar resgatar sua honra por ele mesmo conspurcada: pagar com sua própria vida tamanha desfaçatez.
Dito isso para registrar a postura de um homem certamente que digno, mas que, tendo cometido um erro (grave) de conduta, não se refugiou e não buscou a trincheira fácil da justificação na sua vida pregressa irrepreensível, plena de realizações positivas e mesmo heroicas. Não! Segundo ele próprio, seu ato falho não merecia perdão. E fez o que fez.
>>>>>
AGORA você imagina os nossos políticos, esses que foram pegos aí com "a mão na massa" roubando descaradamente o dinheiro público, praticando todo tipo e espécie de falcatrua contra os interesses nacionais, cometendo extorsão, mentindo deslavadamente nas nossas caras, debochando da nossa inteligência e nos chamando de idiotas, de imbecis, contando pra toda uma nação de cidadãos impotentes, que bestificados os escutaram e ainda escutam, que... >>> de nada sabiam!.. Que também foram elles "vítimas", que também elles foram traídos...e pela sua própria turma!...
E tome cachaça (quer dizer, malte escocês legítimo de 24 anos e vinho francês de safra nobre). E tome churrascada (de filé mignon e picanha maturada, importada especialmente da Argentina). E tome viagens de turismo internacional, à guisa da prática de política externa terceiro-mundista... Tudo as nossas custas. E, ao mesmo tempo, tome conversa fiada e agressão contumaz inominável à língua pátria, nos nossos ouvidos, tudo "ao pé do rádio". >>> Só vexame. O tempo todo.

E a mídia ainda publica notícia, dá espaço, contemporiza. 
É compreensível: tem muito trouxa por aí! Uma multidão quase que incontável.
Quem votou nessa gangue aí, que empulhou, assaltou e está dilapidando as finanças deste nosso pobre país de espertalhões no poder, e fora dele, deveria junto com ela tomar uma atitude como aquela tomada pelo oficial americano. Sem desculpas. Ia ser uma limpa geral.
>>>>
Tá, tudo bem! Não vamos radicalizar. Mas se você votar de novo na camarilha, aí ..

05 fevereiro, 2006

COMMENTS !

Mui recentemente repaginei esta minha página. >>> Para tal foi necessário republicar todo o Blog. Surpreendentemente muitos dos "comments" de cada uma das postagens anteriores . . . sumiram no hiper-espaço-cibernético. Não consegui recuperá-los apesar dos enforços envidados nesse sentido. Rogo agora aos amigos que por ventura queiram tecer eventuais observações sobre os meus escritos, que o façam novamente, ou então via e-mail para grmadvmaster@ibest.com.br ou ainda que visitem meu outro blog, http://www.reianum.blogspot.com Mesmo o link deste blog, Musica&Arte, passou a exigir o "prefixo da rede" www. Assim, se desejarem acessá-lo convenientemente, será assim: http://www.musicaearte.blogspot.com Será um prazer recebê-los e concordar ou discordar das suas observações.

02 fevereiro, 2006

"Sentindo antes..."

Uma das cenas que mais me impressionaram em toda a minha vida é resultante de uma foto que colhi na Web. Ela estava -como está- disponível na rede. Eu a "perdi" -a tal cena- quando mandei formatar meu HD. A procurei novamente por aí mas sem muita convicção. Ou sem nenhuma convicção. Na verdade, tentando reencontrá-la, no íntimo torci (palavrinha esta esquisita, não é ? ) prá não reencontrá-la. E de tanto torcer(!) no sentido oposto, até agora o resultado da minha perda e conseqüente tentativa de recuperação da cena (foto) é positiva. Não a reencontrei! Detesto filmes de terror. Os filmes de amor, aqueles adocicados, com um mínimo de dificuldade dos enamorados de se ajustarem e se entenderem e, afinal, serem felizes para sempre, são os meus favoritos. Os filmes de louca paixão correspondida, então, estes me remetem ao extase. Esse delírio místico é tudo o que eu desejo pra mim. E também pra todos aqueles que eu amo. E mesmo pra aqueles que eu não amo mas que gostaria de ter um bom relacionamento como, e.g., os maridos das lindas e doces e momentaneamente infelizes e insatisfeitas das suas mulheres... Eles, os maridos delas, merecem a minha atenção. Evidentemente que não a mesma que eu daria(!) - ou dou- a elas e, claro, nem do mesmo tipo . E muito menos os mesmos cuidados. Mas... são pessoas, com certeza sensíveis, passando por problemas que "não vem ao caso" expô-los, muito menos discuti-los. São problemas absolutamente íntimos, personalíssimos. E me cabe respeitá-los. Como, da mesma forma me cabe tentar, ainda que de forma empírica - tantas vezes quantas se façam necessárias, fazer com quê (e tome doses de empirismo nisso!) a razão da insatisfação e do "duro" sofrimento da carência afetiva e afins das suas doces, belas e carinhosas mulheres (a razão) seja totalmente superada e efusivamente vencida. Uau! É um árduo trabalho. Requer perseverância! Muito suor. Sangue não, a não ser em alguns raros casos. Sem sangria desatada.
Mas... voltando ao tema proposto ao início, a cena sim, a cena,... aquela que ao mesmo tempo me chocou e me deixou estupefato e/ou encantado e/ou boquiaberto, é aquela registrada na foto de uma cobra... Sim, um réptil! Na verdade, uma cabeça de cobra. >>>>>>É a foto da língüa em close saindo da boca de uma enorme cobra . . . (será que está certo isso: a língüa em close saindo da...); enfim: é a foto de uma serpente ( sua enorme cabeça ), sua língüa se estendendo da sua bocarra gosmenta , num átimo, -(num nanossegundo)-, pra . . . > a-ca-ri-ci-ar>, adocicar, sei lá, preparar sua presa . . . pro golpe final! Um instantâneo absolutamente fantástico! Como imaginar que há um carinho tão aterrorizador entre o predador e a sua vítima , naquele instante de contato único e derradeiro! Um prazer total ao menos de uma das partes envolvidas no processo. O ideal seria que tal prazer fosse recíproco. >Aí ela, a presa, poderia então melhor se posicionar: "comida prazeirosamente mas tão rápido ! . . . Bem que poderia ter sido bem mais devagarzinho! "

26 janeiro, 2006

MÚSICA DA VIDA !


Somos todos regidos por músicas, sons. Quer por aqueles que elegemos e escutamos prazeirosamente ao longo da nossa própria vida, quer por outros, que nem escolhemos mas que forçados os escutamos, vez que eles nos são impostos, ainda que momentaneamente, por terceiros. A Música é uma belíssima forma de nos interagir conosco mesmos e com o mundo que nos rodeia. Tenho para mim que é a forma mais perfeita de se tentar buscar um contato mais profundo e minimamente satisfatório com o Universo, quer com aquele visível, palpável, imediato, quer como quanto com aquele outro, subliminar, subjetivo, interior mas da mesma forma absolutamente importante e precioso. A música que você admira o reflete. Expõe sua sensibilidade. E, conforme o caso, o denuncia! Deixa claro, sem sombra de dúvida, quem você é. Não há como fingir, escamotear, ao sinceramente você expor sua preferência musical. Pode ocorrer de se descobrir, de repente, encantado com uma música -ou um tipo de som- que você anteriormente desconhecia. Neste caso há um deslumbramento. Ou, ao contrário, um desencanto quando percebe, após tentativas infrutíferas, que efetivamente aquela música -ou som- com certeza não lhe diz respeito. De nada adiantou o seu amigo tentar influenciá-lo que Malher ou Offenbach é fantástico, ou que a música dodecafônica foi uma evolução da estrutura musical até então conhecida. Não que você não seja aberto ou perceptivo às novas formas de expressão musical e cultural. Pelo contrário. Apenas como mero exemplo: a música eletrônica, tão combatida pelos músicos clássicos puristas, é do seu gosto. A música da "Nova Era" foi e ainda é uma inovação dentro do cenário do descobrimento de formas hodiernas de manifestação musical. A magnífica Nona de Beethoven e uma ou outra delicada obra de Debussy ou Ravel, ou a que estou escutando exatamente agora, "A Dança dos Espíritos Abençoados" (Orfeu e Eurídice), de Gluck, não excluem nem diminuem a beleza do "Novus Magnificat - Through The Stargate" de Constance Demby. Nem a doçura instigante de "Tente outra Vez" dele, Raulzito. Há fantásticas estruturas melódicas no já "idoso" rock sinfônico, (ou progressivo, como queiram), tão desmerecido pelos que têm paixão (vejam só!) pelo rock pauleira, aquele no qual só a bateria e o baixo são estruturados e não há uma só miserável linha melódica disponível na apresentação. Só e tão somente a estridência das guitarras e dos vocais é que são considerados e elevados aos limites sonoros insuportáveis, para o inconcebível deleite (Ah! O Sepultura...) dos seus ouvintes "presentes". E o som do "TUM-TUM-TUM" (há!)-. Há alguma chance de se mesclar poesia com tal excrescência ? Admiradores fanáticos deste tipo de som são condenados a não ter opção de que tipo escutarão no seu próprio futuro, já que terão seus órgãos auditivos sobremaneira prejudicados ou estarão efetivamente surdos e incapacitados para reconhecerem qualquer modalidade. Se você for um destes últimos, aí então um dia você descobrirá que ... já era! Você terá abusado de ... si mesmo. Sendo assim, você teria perdido a invulgar oportunidade de percorrer maravilhosos caminhos, somente dignos de uns privilegiados seres habitantes deste nosso fisicamente ínfimo planeta chamado erroneamente Terra, este situado num dos confins de uma pequena galáxia de forma elíptica, absurdamente bela e insignificante diante do Conjunto da Obra. Mas, em não tendo sido assim, você foi então um Viajante do espaço interestelar. A Música o terá levado aos mais belos cenários do Universo desconhecido. E certamente que ocorrerá que, em algum momento nessa sua particular Jornada, seguramente que em algum instante mágico e imensuravelmente belo da sua vida, com certeza você encantado sentirá que terá chegado bem próximo de . . . Deus!

28 dezembro, 2005


MOHAMED-Ibin-Eu Posted by Picasa

22 dezembro, 2005

A M I S T A D !


Que estranha e um tanto quanto inexplicável é a força do sentimento da Amizade Verdadeira ... Aquela que gera atos de absoluta grandeza e despreendimento entre os envolvidos nela. Que produz alegria e felicidade nos bons momentos de convívio. E que causa desconforto e ansiedade nas ausências forçadas. Vale ressaltar: não tem qualquer conotação de atração sexual, comum na paixão amorosa; não rivaliza, nem de longe, com o amor paternal ou filial... É distinto da relação fraternal consangüínea. E creio que se baseia na...em... ahn... Bem, vamos tentar preencher os claros, as indefinições. Amizade verdadeira seria a resultante de uma admiração irrestrita?... Mas, muitas vezes ela se consolida tão rápido que os pré-requisitos não têm o tempo necessário para uma avaliação neste sentido. A aceitação mútua poderia ser então aquela da comunhão espiritual, das almas gêmeas amigas que se encontram e se reconhecem instantâneamente... Esta poderia ser uma boa aposta. E, curioso, é uma "necessidade natural" que ela se faça presente. Precisamos ter amigos. Isso desde quando nos entendemos por gente. Meninos com meninos. Meninas com meninas. É o básico. E a amizade estabelecida passa a ser sagrada. Há até mesmo um ritual de consagração dessa amizade entre os meninos: dá-se um pequeno corte superficial nos pulsos e misturam-se as gotas de sangue dos novos "irmãos". . . Eu tive um "irmão de sangue"! Tive também um grande amigo na juventude, que acabei de reencontrar, agora na maturidade. Na fase crítica da formação da personalidade, de transformação de menino em "hominho", ele, o amigo, foi altamente positivo, construtivo, pelas suas atitudes, sempre corretas, puras e dignas. Eh! Fui e sou um cara privilegiado! Tive grandes amigos. E ainda os conservo, mesmo à distância. Mesmo sem deles poder contar com a presença física. Mas só de saber que eles existem e que estão bem, já me basta. A amizade, essa força catalisadora que também produz atos e gestos inequívocos de grandeza, que produz heróis de guerra, homens que arriscam suas vidas em campanhas quase que suicidas para resgatar um companheiro amigo, ferido ou prisioneiro... Em outro diapasão, diz-se que fulano gostou do sicrano "de graça", logo após conhecê-lo. Simpatia, empatia, será o quê? Daí há a confluência para a troca de opiniões, para a partilha de experiências e isso se dando, inevitável é que seja estabelecida a confiança mútua. A resultante é a Amizade. Este um sentimento forte, prevalente e fundamentalmente íntegro. Quando é assim ele assimila, incorpora uma outra qualidade benfazeja: a Generosidade. E se completam. Não há amizade verdadeira sem confiança mútua e generosidade no trato interpessoal. Generosidade essa, vezes há, que assume foros de doação, tamanho o cuidado e a atenção despendidos. Daí que a arrogância, o tratamento destemperado, a rudeza ou, ainda, a indiferença, são comportamentos absolutamente antagônicos à amizade. Bem como a intransigência. Aquelas pessoas que por qualquer razão se postam na vida como detentoras de todas as verdades, que não admitem contestação às suas divinas colocações, estas jamais serão ou terão um amigo de verdade. O maior de todos os homens que já habitaram este nosso planeta, Aquele que foi O Ser mais generoso de que se tem notícia através da História, este Ser absolutamente especial e único, que marcou com Sua existência física O Tempo, quer dizer, Antes e Depois Dele, foi e continua sendo, ao longo de séculos, o grande e maior Amigo de todos os seres humanos vivos minimamente conscientes e sensíveis. Um inesquecível, belo e generoso Amigo: Jesus ! ******* FELIZ NATAL *******

30 novembro, 2005

JÂNIO, UM EXEMPLO MISERÁVEL

Jânio Quadros sucedeu Juscelino Kubstchek de Oliveira, como presidente da República do Brasil, depois de uma eleição democrática praticamente sem paralelo até então na vida pública deste nosso país. A sucessão se deu entre políticos de partidos antagônicos (PDS e UDN), mais ou menos como ocorreu na última sucessão( PSDB e PT)-.
Festa em Brasília, recém inaugurada. Transmissão da faixa presidencial com toda a pompa e circunstância. Ainda que eu menino na época, sem transmissão direta pela televisão, então incipiente, imagem em preto e branco e tendo o rádio, os jornais e os cine-documentários como fontes de informação audio-visual, recordo-me da festa cívica que se deu.
Jânio foi eleito tendo uma "vassoura" como símbolo maior da sua campanha, significativa de uma pretensa varredura, limpeza que pretendia promover na "corrupção" que denunciara existir na administração pública federal que iria suceder. Venceu as eleições com larga margem de vantagem sobre seu concorrente.
Jãnio era do interior do país, professor secundário, um homem que astutamente se apresentava como um do povo, simples, mas na verdade sagaz, direto, inteligente, extremamente carismático. Tomou posse como presidente de uma nação que vinha de uma experiência de transformação súbita impressionante: os 50 anos em 5 do Juscelino. De uma sociedade arcaica, ruralista, atrasada, uma economia baseada 70/80% em produtos primários e agrícolas, em uma sociedade se industrializando rapidamente; os seus valores e auto-estima da população em alta (havíamos ganho a 1ª Copa na Suécia em 1958), uma revolução cultural então se dando com a Bossa Nova, Cinema Novo, mesmo Brasília como uma realização importante (a interiorização do processo civilizatório e do progresso, antes adstritos ao litoral) e tudo o mais. Um novo Brasil com uma nova e futurista Capital recém inaugurada, em franco desenvolvimento, instituições funcionando, tudo democraticamente...

Janio durou sete meses. Foram sete meses de fanfarronice, irresponsabilidades e demagogia. Até da proibição de "rinha de galo" se ocupou o presidente Jãnio Quadros. E alegando "forças ocultas", se disse "forçado" a renunciar ao seu cargo de presidente, para o qual havia sido eleito com toda a simpatia e mesmo amor da imensa maioria da população daquela época. O prejuizo decorrente de tal ato seu à Nação foi imenso. Primeiro pelo desencanto que se deu na opinião pública em geral. Depois pelos desdobramentos políticos que se sucederam, que afinal desembocaram na chamada revolução de 1964. Some-se mais 25 anos, praticamente, de regime militar neste país, e etc e tal.
Tudo por causa de uma personalidade encantadora, incrivelmente carismática que mais tarde, por mais inverossímil que possa pareçer, ainda iria vir a ganhar posteriormente uma importante eleição para a prefeitura da maior cidade do país, São Paulo. O seu oponente derrotado à época: Fernando Henrique Cardoso, depois presidente.

E agora um outro dado veramente importante: Jânio, o da "vassoura" para varrer a corrupção, o da renúncia em razão das tais "forças ocultas", aquele que em última análise enganou e ludibriou toda uma nação de crédulos indefesos, aquele que era simples, que não havia herdado fortuna alguma, que nunca trabalhara a não ser como professor secundário e percebera remunerações posteriores como deputado, presidente renunciante e prefeito, quer dizer, nada substancial, além de ter colaborado na elaboração de um dicionário de português, que sequer foi um sucesso editorial mediano, que foi até mesmo medíocre...
Bem, esse homem, ex-presidente e catalizador de tantas esperanças e realizador de tantas frustações e danos a toda uma Nação, homem pobre, (ou remediado, digamos assim), quando teve aberto seu Inventário para contemplar a distribuição dos seus parcos bens, viu-se que deixara uma herança de perto de >>> USS$50,000,000.00 (cinqüenta milhões de dólares) ! ! !

Isso é fato da história recente. Registrado. Documentado. Depois disso ainda elegemos o "Caçador de Marajás" (hahahaha). E por último... quem, quem ? ? ? Lulla ! Brincadeira, né?

Será que nós merecemos tanto !

28 novembro, 2005

Insanidade Mental

Tente arrumar um emprego na iniciativa privada. Pra cada um às vezes são dezenas, centenas de candidatos. Empregos singelos ou categorizados, todos são disputadíssimos. Apresente seu Curriculum Vitae recheado de informações técnicas irreprocháveis (ops!), sólidas, um primor. Acrescente uma vida profissional e pessoal pregressa sem manchas de qualquer espécie. Você está no auge da sua capacitação técnica. E ainda soma larga experiência acumulada ao longo dos bons anos já vividos. Você é comunicativo, inteligente e carismático. Sobram qualidades, até mesmo aquela da humildade aparente acostada à uma perceptível noção de companheirismo e senso de união. Você comunga e congrega idéias. As aglutina. Você consegue extrair dos seus colegas, comandados e até mesmo dos seus superiores o melhor deles mesmos, de forma tão sutil e bem sucedida que nem mesmo eles percebem o quanto e de que forma positiva contribuem para o seu próprio sucesso. Notável! Você é um líder nato. Mas, tal qual você, ao final de um processo longo e desgastante, há mais outros dois ou três que reúnem, que apresentaram, grosso modo, as mesmas qualificações e predicados seus. Você agora vai, com os outros dois ou três seus concorrentes, para os exames de sanidade física (não está tuberculoso, não é um leproso, etc.) e aptidão mental para o cargo específico: vai prestar defectíveis e indecifráveis testes psicológicos;

- (Agora um parêntese) -

No serviço público, para cada cargo de nível médio ou superior, são centenas de candidatos - (às vezes, milhares para cada vaga) -. As provas são especialmente difíceis. Elaboradas não exatamente para aferir conhecimento, mas para confundir, pegar o incauto, desmoralizar o candidato. Sadismo puro dos elaboradores. Foram milhares de horas/aula de caros cursos especializados que você freqüentou. Meses, anos de estudo, de atualizações constantes, de dias e noites de sacrifícios e renúncias sistemáticas ao lazer. Você se entregou totalmente ao propósito de ser vitorioso em uma carreira do serviço público. Você é honrado e perseverante. Aí, você passa com louvor em todas as provas, escritas e orais, de múltipla escolha e dissertativas. Demonstrou, a não mais poder, verdadeiros e indiscutíveis conhecimentos técnicos na sua área. Você está pronto pra assumir seu cargo. Restam agora apenas (considerado tudo o já transposto) dois míseros obstáculos: uma entrevista pessoal com um eminente funcionário público de nível superior da área, entrevista essa de caráter subjetivo que é uma avaliação “pessoal”, uma auscultação sensorial quanto a sua postura como candidato ao cargo e função, algo totalmente sem nenhum critério científico, mas expressamente previsto no edital como elemento imaterial mas, da mesma forma que os demais, um elemento apurador determinante e excludente.

E também, e finalmente, os exames de sanidade física e de aptidão mental para o cargo específico que você bravamente postula. Mas atente: você também não é o único que chegou aqui. Há mais dois ou três concorrentes seus, digamos assim, nas suas mesmas condições para uma única vaga. Mas já houve um progresso enorme. Sem exagero, eram mais de dez mil concorrentes antes. Consideremos que, hipoteticamente, tal qual no caso da concorrência para uma vaga na iniciativa privada, aqui, no caso da disputa por um cargo público, não há deslealdade nem politicagem. O critério para a admissão é apenas o de mérito.

DESATE: Dentre os candidatos constatou-se, depois de exaustivos e repetidos exames, que um entre eles, em cada área, apesar de possuir nível de inteligência, escolaridade, cultura, preparo e experiência excepcionais, era também detentor de desvios mentais psicológicos. Era um psicopata! Curiosamente era também detentor de extraordinário carisma (de longe, o mais carismático de todos os seus demais concorrentes) e aquele que, aparentemente, havia se apresentado como o mais capacitado para exercer, com incrível habilidade e aptidão, o poder de convencimento junto a terceiros mais - ou menos - avisados, quanto as suas próprias idéias e projetos, independentemente do valor específico delas.

Somente um exame absolutamente acurado conseguira detectar, em cada um, tal anomalia psicológica submersa em suas próprias personalidades. Não fosse isso, teriam sido os escolhidos. Um seria diretor de RH de uma empresa com milhares de empregados. O outro, imediatamente um Juiz; depois de algum tempo um Juiz de uma Corte Superior de Justiça, passado mais um tempo, um ministro de um Tribunal de Justiça Federal... Um com o poder sobre a admissão e demissão de centenas de pessoas, suas vidas, suas economias, suas realizações e das suas famílias. O outro com um tremendo poder sobre os bens e a liberdade das pessoas adstritas à sua competência e jurisdição. Ambos, como autoridades, um verdadeiro desastre! (Entretanto aqui, tanto na órbita da iniciativa privada como quanto na esfera do serviço público, foram desenvolvidos, no geral e ao longo do tempo, mecanismos de defesa e de razoável eficiência gerencial na contratação de pessoal.) Mas...

QUESTÃO: E-quanto-aos-nossos-dirigentes, aqueles que nós, ingênuamente seduzidos por falsas promessas, elegemos como nossos “lídimos” designados, quer para nos representar como legisladores (vereadores, deputados, senadores), quer como executivos (prefeitos, governadores, presidentes da república)!... Quais são os mecanismos de defesa os quais o cidadão dispõe a seu favor, para a “eleição” (leia-se: contratação) de políticos para o serviço público no geral? Quais? Existe algum?

IDÉIA >>>>> Que tal a possibilidade de existir uma Lei que exija com que cada um, candidato, seja submetido previamente a uma bateria de exames psicológicos, digamos com três juntas de renomados e insuspeitos especialistas desta área médica, só após o quê se tornariam aptos à postulação de cargo público eletivo... Não é uma idéia no mínimo razoável? Para qualquer emprego – ou cargo- não se exige isso? Além, claro, dos conhecimentos técnicos...

A>>> H I S T Ó R I A: Lenine, Hitler, Mussolini, Stalin, Franco, Mao-Tsé-tung, Trujillo, Pinochet, Saddam Hussein, Idi Amim, Fidel, Bocassa, Nicolae Ceausescu, Napoleão, Slobodan Milosevic, Khomeini, Pol Pot, milhares... Tantos incontáveis líderes, religiosos ultra-radicais, envolventes, carismáticos, (cita-se aqui uma ínfima parcela, tão somente dentre os mortos ou os a caminho)-, tanto na história mais recente como quanto ao longo de toda ela, não levaram eles o ser humano, seus liderados ou não, ao desespero e ao caos? Não arrastaram nações ao obscurantismo, à guerra insana, ao genocídio? Estima-se em 200 m i l h õ e s o número de pessoas eliminadas em guerras e campos de concentração no século XX; famílias inteiras foram sacrificadas, tudo em decorrência de psicopatas carismáticos que assumiram o poder! Muitas vezes consagrados até mesmo através de eleições “livres”, pelo voto direto de seus iludidos concidadãos. Muitos com total apoio e mesmo afeto de seus respectivos povos! E depois julgados e condenados por Tribunais Internacionais pelo cometimento de crimes contra a Humanidade... Heim? Não tivemos (verbo conjugado no passado e também no tempo presente) -, por aqui, por estas terras, deputados, senadores, governadores de Estado, presidentes da República alcoólatras, fanfarrões, déspotas, ladrões, assassinos, enganadores?... Todos líderes carismáticos! E psicopatas! E isso não foi (é) “aos montes?...” Alguma dúvida?

A>>> S U G E S T Ã O: Que algum deputado ou senador, homem de boa-vontade, produza e encaminhe em caráter de urgência-urgentíssima, projeto de lei complementar, melhor dizendo, emenda constitucional auto-regulamentada, com a titularidade de “cláusula pétrea”, instituindo a obrigatoriedade da feitura de exames de sanidade mental através de competentes juntas médicas, para todo aquele postulante a cargo público eletivo nos seus diversos graus, independentemente de partido político e cargo almejado, sendo tal exame repetido ao início de cada ano de cumprimento do mandato, para o qual o candidato tiver sido eleito. E que haja a perda imediata e automática desse mesmo mandato, caso não se configure a perfeita sanidade mental do ocupante da função pública. Tudo isso feito por 3(três) juntas médicas independentes e autônomas do serviço público federal, responsabilizando-se seus integrantes, civil e criminalmente, pela integridade e justeza dos seus respectivos laudos técnicos apresentados à Nação.

E que tal Norma Constitucional passe a vigorar na data de sua publicação pelo Diário Oficial da União, o que eqüivale a dizer, imediatamente, inclusive, naquilo que couber, para todos aqueles que estejam no exercício do cargo público para o qual foram eleitos.

E ponto final.

.*.*.*.*.*.*.*.

Post Scriptum: 1. Quanta ilusão de que tal projeto de lei seria votado. 2. Partindo do absurdo que houvesse algum parlamentar com coragem suficiente para bancar este projeto, a Nação inteira iria aplaudi-lo mas... 3. As chances de aprovação seriam nulas. Os parlamentares podem ter todos os defeitos conhecidos mas o cometimento de suicídio político não é um deles. Esse é risco que não corremos.

16 novembro, 2005

Filhos!

Há um filme, tido como uma comédia de costumes, que se eu o assistir mil vezes, mil vezes eu me emocionarei com certas cenas dele. Uma especialmente, na qual o protagonista, se dirigindo a um Juiz de uma Vara de Família, na audiência que estava ouvindo as partes de um processo de guarda e, ato contínuo, julgando o caso, praticamente suplica a ele, Juiz, que "não o afaste dos seus filhos, porque desde o nascimento deles ele, pai, ficara viciado neles, filhos, e ele, pai, não concebia a idéia de não estar juntos deles, filhos, o tempo todo sem restrições e de passar a ter visitas programadas e monitoradas por assistente social e tudo o mais". O amor entre pai e filhos ali é irrestrito. E é correspondido da mesma forma. Um menino nos seus onze e duas meninas, de dez e seis anos, mais ou menos. A performance dos atores é sensível e tocante.

Já assisti esse filme umas dez vezes e ultimamente tenho evitado revê-lo. Mas, vira e mexe, a tal cena me volta à memória, quase que como um castigo impiedoso. O Juiz, no caso, ainda que sensibilizado ante a súplica, impõe as tais restrições de visita e "tali e coisa". Uma covardia. Ao final do filme, por uma concessão magnânima da ex mulher e não por decisão judicial ele, pai, PAI, passa a ter acesso menos restrito aos seus próprios filhos.

Fui, durante alguns bons (horríveis, na verdade) anos, advogado nas Varas de Família. Vivenciei, como profissional, situações trágicas de pais (e também de mães) massacrados pela indiferença de promotores e/ou decisões judiciais equivocadas e danosas a crianças indefesas.

Pessoalmente sofri isso na pele. Da forma mais intensa possível.

Daí o tal filme ( uma "comédia") me tocar tão diretamente. Só que no meu caso pessoal, não houve a tal "concessão magnânima" . O prejuízo emocional à época foi enorme. Mas ao final vencemos, pai e filhos.

Creio firmemente que o amor sempre vence, mais dia, menos dia. Isso vale pra tudo. Pode acreditar!

26 setembro, 2005

Jefferson, O Vaga-lume...

Roberto Jefferson foi “defenestrado” pelos seus pares, da Câmara Federal. Já era esperada tal cassação. Seu discurso de defesa no plenário foi mais uma melancólica despedida, com alguns poucos lampejos da sua oratória outrora fulminante. Em suma, refletiu o ocaso de um político recentemente realçado à uma posição importante na vida pública contemporânea, detentor de rara capacidade de comunicação e carisma, a ponto de provocar o cataclismo crítico, grave, perigoso, decorrente da crise política que está devastando o PT e escancarando o saco de maçãs podres do governo Lulla.

Mas o deputado perdeu uma grande oportunidade, talvez a maior oportunidade da sua vida, maior mesmo do que aquela havida e aproveitada quando, instado, contrariado em seus interesses e extremamente provocado, denunciou a cadeia de corrupção que, partindo do poder executivo, grassava a base parlamentar aliada do governo federal e está gerando toda uma parcial apuração pelas CPMI(s). Essa tal oportunidade à qual me refiro, não só o deputado Jefferson a perdeu. Especialmente a Nação a perdeu! Foi a oportunidade de, sob o foco dos holofotes de toda a mídia nacional e mesmo internacional, do alto da tribuna da Câmara, ainda na condição legal de parlamentar, no uso e exercício de todas as prerrogativas intrínsecas da sua função, com a couraça da imunidade, privilégio constitucional que lhe garantia a sua capacidade e poder de se expressar sem medo ou constrangimento, de dizer toda a verdade. Não apenas ficar nas insinuações, nas entrelinhas, nas “meias-verdades”. E ele tinha o conhecimento das “coisas” e a capacidade intelectual e factual de fazê-lo.

Tinha!

Mais ainda: tinha o dever!

Mais por isso, muito mais por não ter feito isso, mereceu a cassação. Seu serviço de delação foi feito pela metade, quando muito. Poderia ter fechado com chave de ouro seu mandato ou, até mesmo, salvá-lo num genial golpe de mestre, caso tivesse aberto todo o jogo sujo do governo do PT, do qual tinha sido partícipe e tivesse encarado uma sincera “mea-culpa”. Aí, no mínimo, a história haveria de conceder-lhe um lugar de honra nesse triste episódio da vida nacional. Mas ele, Roberto Jefferson, ao final preferiu ficar na periferia... Nem mesmo teve o privilégio honorário, a prerrogativa da “delação premiada!” Foi escorraçado, jogado na cesta do lixo! Perdeu ele, perdemos todos nós! Vamos ter de continuar, por um bom e longo tempo ainda, sufocados pela mentira e desfaçatez deste governo Lula, (com seus tentáculos horrorosos), tão despreparado para governar um país e um povo tão necessitados de verdadeiras realizações. E tão sofrido, esgotado, tudo decorrente da mediocridade (pra dizer o mínimo) que tomou de assalto, na acepção da palavra, o (um) governo que nos envergonha a todos!

Que pena, Roberto Jefferson. Você teve a chance de ser muito maior do que se revelou. Lampejou mas, ao final, ficou na mediocridade. Sua luz, definitiva e melancolicamente, se apagou.

Agora poderá ainda eventualmente dar alguns lampejos, alguns.

Mas apenas qual um vaga-lume. Que pena!

28 julho, 2005

A "Justiça" praticada no Brasil

Há muito tempo –(mais tempo do que eu gostaria que fosse)-, como que divagando sobre a minha própria pessoa com uma outra muito próxima, saí-me com essa: “eu não sou 50% racional e 50% emocional; sou, quando é o caso, 100% racional ou 100% emocional”. Creio que o que eu queria dizer – e que acredito vigente passado tanto tempo, é que não sei ser “mezzo a mezzo”, “fifty-fifty”, metade uma coisa e metade a outra, como quem diz: “posso ser emocional, mas o meu racional está vigilante!” Ora, creio ser tudo isso uma bobagem, ao menos no meu caso. Percebo-me uma pessoa extremamente racional na execução do meu trabalho como advogado -( e às vezes muitíssimo emocional, quando pessoa)-. No meu comportamento profissional, chego a ser exageradamente perfeccionista. Cada petição, cada defesa, cada sustentação oral no Tribunal que preparo com o máximo de rigor, têm de sair à perfeição (que evidentemente não existe)-. Ao longo de uma carreira que me deu muito mais aflição e angústia do que prazer, satisfação e retorno financeiro, debati-me com situações extra - e intraprofissão, que muitas vezes minaram sensivelmente meus sonhos de jovem advogado, especialmente a quimera de ver atingido um mínimo de alcançamento da Justiça no seu sentido jurídico-filosófico pleno. Pudesse eu voltar no tempo, iria me dedicar á música. Jamais a um arremedo de justiça como este que temos em nosso país. E falo de cátedra. Conheço os meandros tortuosos das trilhas sombrias do sistema judicial brasileiro. E dou apenas um exemplo clássico, público e notório:

Caso “Presidente Collor”: em face das inumeráveis falcatruas perpetradas pela turma do presidente (com a sua conivência e acobertamento), o então Procurador Geral da República, Dr. Aristides Junqueira, no uso das suas atribuições constitucionais procedeu a uma representação junto ao Supremo Tribunal Federal pelo Crime de Responsabilidade, que teria sido praticado pelo supremo mandatário da nação. A ação, se constatou imediatamente, foi muito mal formulada e postulada. Carecia, no seu bojo, dos mais mínimos elementos de convicção e aceitabilidade. Era uma peça fraca, absurdamente fraca para os padrões minimamente aceitáveis de um trabalho advindo da cúpula da mais alta instância do Ministério Público Federal. E olhe que lá estão alocados alguns dos luminares da ciência jurídica deste país, em todos os escalões, inclusive nas diversas assessorias. Mas a exordial era um amontoado de inconsistências. Todo um trabalho da CPI, de apuração de provas documentais e testemunhais, de veementes indícios da patente corrupção envolvendo o presidente, tudo que estava à disposição para ser acostado e agregado aos autos, isto é, à ação, tinha sido desprezado pelo Sr. Procurador Geral. E o processo chegou ao STF dessa forma. Falho, mal produzido, manufaturado quase que de uma forma insensata, para se dizer o mínimo. M a s... aí é que vem: os 11 Ministros do STF, naquela oportunidade, estavam, cada um deles, investidos da função de Juiz Criminal. E um Juiz Criminal, de qualquer instância, mesmo aquele lá do interior da Amazônia, o mais humilde, de 3ª entrância, de início de carreira, pode absolutamente tudo, pode mandar promover qualquer diligência que julgar necessária para firmar seu convencimento, antes da sua sentença. Pode mandar ouvir testemunhas, mandar ouvi-las novamente, mandar ouvir pessoas citadas ao longo do processo, mandar apreender e examinar documentos, no Brasil e até mesmo no exterior, exigir sejam procedidos exames periciais, determinar acareações, enfim, pode praticamente tudo, tudo para o alcançamento da verdade dos fatos ocorridos.Evidentemente que para condenar ou absolver o réu. Observe: se o Juiz lá do interior da Amazônia pode tudo isso, i m a g i n e um Ministro do Supremo Tribunal Federal investido na função de Juíz Criminal... Imagine tudo que ele pode, legalmente... Mas sabe o que eles fizeram? Absolveram o Collor, com a alegação de que (a grosso modo), a ação proposta pelo Sr. Procurador Geral da República tinha sido falha... E em razão disso, nenhum deles, nenhum dos 11(onze) Ministros do STF provocou, pediu, determinou qualquer das muitas providências que careciam (necessitavam) fossem feitas! ! ! Nenhum deles se permitiu suprir as falhas da representação oferecida pelo Procurador Geral da República. Tudo que eles fizeram, cada qual de per si, foi se eximir das suas próprias responsabilidades...

Essa é a justiça do Brasil. O exemplo veio do Supremo Tribunal Federal. É de rir, para não chorar.

27 julho, 2005

SÍNDROME DE ESTOCOLMO

Esta conceituação da terminologia médica nasceu algum tempo após a 2ª Guerra Mundial. Decorreu de um encontro, teria sido um congresso de médicos e terapeutas da área da psicologia e psiquiatria, realizado então na sueca Estocolmo. Lá foram apresentados, discutidos e debatidos intrigantes relatos de psicoterapeutas que haviam dado assistência profissional especializada a centenas, milhares mesmo, de homens e mulheres, notadamente judeus, libertados e sobreviventes dos campos de concentração. Constatou-se que, após um determinado tempo em tratamento para a recuperação físico-emocional, a imensa maioria dos encarcerados, que havia sofrido toda espécie de tortura e sofrimentos por parte de seus carcereiros, deles tinha se tornado totalmente dependentes emocionalmente. Vale dizer: passaram a sofrer de verdadeira abstinência da tortura por eles sofrida anteriormente. E a padecer, também, em face da ausência física dos seus torturadores. Teria sido criado um elo fortíssimo de ligação entre o torturado e seu torturador! Isso é o que foi constatado, após exaustivos debates e estudos dos médicos naquela reunião científica, do sofrido pelos afligidos, e que passou a ser denominado de “Síndrome de Estocolmo”. Na verdade, os estudiosos de então não descobriram nada que não existisse anteriormente. Apenas constataram um fato do comportamento humano, não detectado anteriormente na literatura médica: o de que é estabelecido um decisivo componente de dependência emocional, fortíssimo nesses casos, entre a vítima e seu algoz.

Digo tudo isso em razão de um pensamento que me aflige há muito tempo: creio que em uma escala não tão dramática quanto aquele acontecimento constatado em campos de concentração, mas igualmente importante e com praticamente igual ou mais danoso efeito psicológico, uma criança que sofre um tratamento não adequado por parte de seus pais ou educadores, que suporta constante manipulação emocional dos mesmos ao longo do seu crescimento... Que é tratada como massa de manobra e utilizada por um dos seus genitores, quando de uma separação judicial, para atacar e agredir ao outro, também estabelece com este, justo com este que vem lhe conspurcando, corrompendo, pervertendo sua personalidade em formação, exatamente tal criminosa dependência emocional. E o resultado é mais grave e perverso ainda neste caso, pois tratar-se-ia de uma personalidade em formação, atingida, muito possivelmente deturpada a partir daí... E, como constatado, a dependência emocional quanto ao seu torturador... sobrevive. E, neste caso, é mais forte ainda: trata-se do “seu” pai – ou da “sua” mãe -. Terrível !

21 julho, 2005

PENÚLTIMA MUDANÇA DE ENDEREÇO

Depois de longos muitos anos habitando apartamentos, até que relativamente bons, vi-me com a opção de me mudar - naquilo que considero minha última mudança consciente, ou para um outro bom apartamento, este duplex de cobertura, novo, edificado com esmero e obedecendo a finos detalhes pessoais, ou para uma antiga casa, adquirida ainda na juventude, de boa estrutura, deixada, quando da separação consensual, para minha ex-mulher e meus filhos e, tempos após, abandonada e ocupada por terceiros vândalos.

Seguro, optei por me reencontrar com minha casa dos meus vinte e poucos anos, recuperada, resgatada emocionalmente, restaurada fisicamente após 10 meses de árduo e custoso trabalho de reforma estafante e ainda não totalmente finalizada.

Fiz isso, esse reencontro, há quase dois meses. Ainda que “esperando” por alguma coisa assim, curiosamente não me deparei com fantasmas do passado. Tudo bem que já “vi e ouvi” situações um tanto quanto estranhas e desconcertantes. Nada muito mais dramático do que, sozinho em casa, dormir numa cama de um quarto e acordar em outra, de outro quarto. Morando sozinho, sem ser sonâmbulo, uma explicação 000 fica complicada. Mas, como sei que sou “do bem” e, além do mais, tendo outras boas e naturais explicações, absolutamente nada disso me assusta. Em verdade, nem incomoda. Apenas constato. E vou em frente!

Mas, abstraindo disso, não é que têm ocorrido alguns encontros especialmente conflitantes e difíceis? E justo com caixas e caixas de papelão, algumas agora já semi-abertas. Outras com seus invólucros ainda por abrir ou já meio que invadidas, temerosamente por mim auscultadas, de há muito outrora lacradas em outras eras e deixadas prá lá, justo para numa oportunidade assim, serem conspurcadas (!)

E não é que ela, a tal oportunidade de vasculhar tais antigos guardados, chegou?

Objetos, cartões e papéis, livros, antigas agendas e arquivos...

04 julho, 2005

I M O R T A I S

Acordei agora mesmo, pedindo socorro. Estava febril. Imagino que nos limites. Há muito não sentia isso. Reuni todas as minhas forças restantes para me levantar e procurar algum remédio em meus guardados. Estava, como tenho estado, só. Nada de mais pois de há muito me acostumei a isso. Entretanto, nesse estado de torpor, de insegurança e de mente conturbada, quer pela febre alta, quer por outros sintomas de devaneio daí decorrentes –ou não -, senti-me levado a conjeturar sobre minha vida.

Ultimamente tenho acordado todos os dias muito cedo. E invariavelmente agradeço ao meu Deus do Universo, simplesmente por acordar. Isso não se deu agorinha mesmo. O frio absolutamente intenso, a dor, a momentânea incapacidade de reagir imediatamente decorrente da febre alta, só me fez ser pedinte, qual criança, de um pouco de alento. A súplica foi dirigida ao meu pai. E então, vendo meu organismo reagindo positivamente ao medicamento, me deu uma vontade irresistível de escrever algo sobre minha (nossa) origem. Num átimo tinha delineado uma tese incrivelmente corriqueira e banal.

Somos imortais!

Uma vez que tenhamos plantado alguma semente nossa em um ser passível de acolhimento e germinação, de preferência mais de uma, e tal tendo se dado, passamos a ser imortais. Gerações vindouras nos imortalizarão.

Pode ser – e possivelmente isso ocorrerá -, que seremos esquecidos nesse processo, como um dos seus elos seqüenciais fundamentais. Mas o gene estará lá. Vivo. Operante. Por outro lado, vezes há que temos atitudes meio que presunçosas.

Nos últimos anos adquiri , um a um, sabres, espadins, adagas, e, como direi, belos punhais e armas brancas de origem medieval e orientais, de aço cortante e belas empunhaduras e capas ornamentais, de vários tamanhos e formas. E num total de dez. Em todas elas mandei inscrever, no aço, a seguinte inscrição: “ Gilberto, filho de Neme Munaier, pai de Christian e Guilherme”. É uma inscrição indelével. Minha idéia é que cinco passarão para o meu primogênito e as outras cinco peças serão encaminhadas ao meu outro filho, que não vejo de há muito. Eles mesmos, seguindo minhas instruções, deverão no mesmo aço de cada uma das peças de sua propriedade, mandar inscrever, quando for o caso: “ ........................., filho de Christian” e, nas outras, “ .........................., filho de Guilherme”, e aí sucessivamente!

Há espaço nas lâminas para a inscrição de muitas gerações dos germinados por Neme Abras Munaier, meu pai. Ele se foi quando eu tinha apenas 2 anos e meio. E ele parcos 58. Sei, por notícias contadas na família, em versos e prosa, que como filho extemporâneo, onze anos passados do último, teria sido eu seu derradeiro motivo de felicidade.

Eu o reverencio continuamente até hoje. Eu o imortalizei! Meus filhos me imortalizarão. E seremos lembrados como seres que habitaram este planeta Terra em determinada época, seres que sofreram, que foram felizes, que contribuíram, que somaram, plantaram, que frutificaram suas sementes e que, sem dúvida, fizeram com que elas resultassem em boas e imortais cepas ...

12 março, 2005

A vida é muito mágica!

A vida é muito mágica!

Situações que marcam e permanecem presentes na nossa lembrança: rever um filho distante, passear com as pessoas que amamos, descobrir o amor de uma neta, a tão sonhada reforma da 1ª casa. É uma memória virtual que nos remete a sonhos, visões, cheiros, e que jamais será varrida da nossa lembrança.

E revisitada, é como se a gente tivesse recapturado sentidos e sensações, absolutamente preciosos e os mantivessem vivos, atuais, de uma maneira indelével...

Os mundos mágicos,
Eles estão aí...
Eles existem!
Sabe aquela viagem inesquecível que você fez, onde está ela?...
Aquela festa (luzes, cores, perfumes...)

Aquele abraço,
Aquele beijo,
Aquele amor louco feito no chão, na beira do rio...

Nem precisa fechar os olhos!


( E somente ao Filho foi concedida a honra e glória de reverenciar e dignificar o Pai. )

21 fevereiro, 2005

O Código

Um grande Mestre da antiguidade, de nome MUROGI, que habitou as terras da Babilônia em tempos imemoriais, contemplou seus contemporâneos com grandes e sábios ensinamentos de toda sorte.

Marcou! Ficou conhecido como o Mestre dos Sábios, MUROGI.

Um Código daquela época, que constatou-se ser de sua autoria e que tomou por deferência o seu nome, foi encontrado recentemente naquelas Terras Sagradas. Após exaustivas comprovações de sua autenticidade histórica, tal documento foi disponibilizado para estudos pelos especialistas. É tido como um grande achado do conhecimento humano. O mais interessante é que, em princípio, Mestre MUROGI cuida, no seu Tratado, primordialmente da gênese, mas antes disso, aborda com profunda delicadeza e propriedade, a questão da sexualidade e do prazer.

16 fevereiro, 2005

Deus !

Franz Lizt, genial pianista de sua época, também compositor, disse certa vez - e isso ficou registrado, que a forma mais perfeita de se aproximar de Deus seria através da música.

Ruidos harmônicos, ou não, construídos artificialmente ou não, que reverberam no espaço, tudo, absolutamente tudo emite som. Desde uma pedrinha rolando numa encosta terrestre até o formidável estrurgir, rugido imensurável, de uma estrela explodindo numa galáxia...

Já imaginaram???

Até mesmo o que chamamos de silêncio emite som! Isso mesmo ainda que, diga-se de passagem, a física atualmente(!) reconhecida não admita que o som se propague no cosmos...

Deus, na verdade, seria A Sinfonia, a música mais perfeita jamais verdadeiramente escutada e entendida, de todo o Universo. Há sons que não escutamos...e que outros animais, que não nós, escutam...

A luz emite som!

Cada um de nós emite seu próprio som, e de diversas maneiras, formas e oportunidades. Uns estão em sintonia, o que equivale a dizer, sons harmônicos, agradáveis de se ouvir. Outros emitem sons desestruturados, como grunhidos e gritos dissonantes, ou outra melhor adjetivação, e também são escutados, porém não apreciados...

Minha proposta, aqui, é tentarmos, juntos, discutir e apreciar o melhor som, uma bela sinfonia, talvez até mesmo compormos uma linda canção...

Que tal ?

13 fevereiro, 2005

Prefácio (por Christian Munaier)

Permitam-me apresentá-los Gilberto Munaier. Meu Pai!

Das lembranças da infância que tenho ele esteve sempre presente:
  • Com seu terno branco e medalhão no peito e olhos azuis, eu tinha a nítida impressão de que ele era o mesmo moço da televisão, mas com um nome esquisito. Até as mesmas músicas tocavam lá em casa.
  • No Corcel II, com rodas de magnésio, e um PX com o qual falávamos com o mundo.
  • Na praia, algumas vezes com anzol enfiado no dedo, divertíamos nas férias de janeiro em viagens memoráveis.
  • No piano ele sempre deu um show! Quando íamos para a casa da Dindinha, em Sete Lagoas, as pessoas literalmente faziam fila para vê-lo tocar.
  • E o que mais me marcou: diferente dos pais dos meus amiguinhos, o meu pai era sensível. A ponto de cheirar suas crias, babar por elas. Eu sempre me senti muito amado.

Nos dias de hoje ele é:

- Meu mentor: muitas das minhas teses tiveram início em suas elocubrações;

- Meu melhor amigo: presente e responsável, conhece-me como poucos e sua sabedoria não evita que eu entre em apuros, mas me permite estar consciente dos perigos;

- Meu maior crítico: nisso ele é bom!

- E o alvo do mais intenso amor.

Seja bem-vindo ao mundo dos Blogs, Pai. Sucesso!!!