PENÚLTIMA MUDANÇA DE ENDEREÇO
Depois de longos muitos anos habitando apartamentos, até que relativamente bons, vi-me com a opção de me mudar - naquilo que considero minha última mudança consciente, ou para um outro bom apartamento, este duplex de cobertura, novo, edificado com esmero e obedecendo a finos detalhes pessoais, ou para uma antiga casa, adquirida ainda na juventude, de boa estrutura, deixada, quando da separação consensual, para minha ex-mulher e meus filhos e, tempos após, abandonada e ocupada por terceiros vândalos.
Seguro, optei por me reencontrar com minha casa dos meus vinte e poucos anos, recuperada, resgatada emocionalmente, restaurada fisicamente após 10 meses de árduo e custoso trabalho de reforma estafante e ainda não totalmente finalizada.
Fiz isso, esse reencontro, há quase dois meses. Ainda que “esperando” por alguma coisa assim, curiosamente não me deparei com fantasmas do passado. Tudo bem que já “vi e ouvi” situações um tanto quanto estranhas e desconcertantes. Nada muito mais dramático do que, sozinho em casa, dormir numa cama de um quarto e acordar em outra, de outro quarto. Morando sozinho, sem ser sonâmbulo, uma explicação 000 fica complicada. Mas, como sei que sou “do bem” e, além do mais, tendo outras boas e naturais explicações, absolutamente nada disso me assusta. Em verdade, nem incomoda. Apenas constato. E vou em frente!
Mas, abstraindo disso, não é que têm ocorrido alguns encontros especialmente conflitantes e difíceis? E justo com caixas e caixas de papelão, algumas agora já semi-abertas. Outras com seus invólucros ainda por abrir ou já meio que invadidas, temerosamente por mim auscultadas, de há muito outrora lacradas em outras eras e deixadas prá lá, justo para numa oportunidade assim, serem conspurcadas (!)
E não é que ela, a tal oportunidade de vasculhar tais antigos guardados, chegou?
Objetos, cartões e papéis, livros, antigas agendas e arquivos...
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