Filhos!
Há um filme, tido como uma comédia de costumes, que se eu o assistir mil vezes, mil vezes eu me emocionarei com certas cenas dele. Uma especialmente, na qual o protagonista, se dirigindo a um Juiz de uma Vara de Família, na audiência que estava ouvindo as partes de um processo de guarda e, ato contínuo, julgando o caso, praticamente suplica a ele, Juiz, que "não o afaste dos seus filhos, porque desde o nascimento deles ele, pai, ficara viciado neles, filhos, e ele, pai, não concebia a idéia de não estar juntos deles, filhos, o tempo todo sem restrições e de passar a ter visitas programadas e monitoradas por assistente social e tudo o mais". O amor entre pai e filhos ali é irrestrito. E é correspondido da mesma forma. Um menino nos seus onze e duas meninas, de dez e seis anos, mais ou menos. A performance dos atores é sensível e tocante.
Já assisti esse filme umas dez vezes e ultimamente tenho evitado revê-lo. Mas, vira e mexe, a tal cena me volta à memória, quase que como um castigo impiedoso. O Juiz, no caso, ainda que sensibilizado ante a súplica, impõe as tais restrições de visita e "tali e coisa". Uma covardia. Ao final do filme, por uma concessão magnânima da ex mulher e não por decisão judicial ele, pai, PAI, passa a ter acesso menos restrito aos seus próprios filhos.
Fui, durante alguns bons (horríveis, na verdade) anos, advogado nas Varas de Família. Vivenciei, como profissional, situações trágicas de pais (e também de mães) massacrados pela indiferença de promotores e/ou decisões judiciais equivocadas e danosas a crianças indefesas.
Pessoalmente sofri isso na pele. Da forma mais intensa possível.
Daí o tal filme ( uma "comédia") me tocar tão diretamente. Só que no meu caso pessoal, não houve a tal "concessão magnânima" . O prejuízo emocional à época foi enorme. Mas ao final vencemos, pai e filhos.
Creio firmemente que o amor sempre vence, mais dia, menos dia. Isso vale pra tudo. Pode acreditar!
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