MÚSICA DA VIDA !

Somos todos regidos por músicas, sons. Quer por aqueles que elegemos e escutamos prazeirosamente ao longo da nossa própria vida, quer por outros, que nem escolhemos mas que forçados os escutamos, vez que eles nos são impostos, ainda que momentaneamente, por terceiros. A Música é uma belíssima forma de nos interagir conosco mesmos e com o mundo que nos rodeia. Tenho para mim que é a forma mais perfeita de se tentar buscar um contato mais profundo e minimamente satisfatório com o Universo, quer com aquele visível, palpável, imediato, quer como quanto com aquele outro, subliminar, subjetivo, interior mas da mesma forma absolutamente importante e precioso. A música que você admira o reflete. Expõe sua sensibilidade. E, conforme o caso, o denuncia! Deixa claro, sem sombra de dúvida, quem você é. Não há como fingir, escamotear, ao sinceramente você expor sua preferência musical. Pode ocorrer de se descobrir, de repente, encantado com uma música -ou um tipo de som- que você anteriormente desconhecia. Neste caso há um deslumbramento. Ou, ao contrário, um desencanto quando percebe, após tentativas infrutíferas, que efetivamente aquela música -ou som- com certeza não lhe diz respeito. De nada adiantou o seu amigo tentar influenciá-lo que Malher ou Offenbach é fantástico, ou que a música dodecafônica foi uma evolução da estrutura musical até então conhecida. Não que você não seja aberto ou perceptivo às novas formas de expressão musical e cultural. Pelo contrário. Apenas como mero exemplo: a música eletrônica, tão combatida pelos músicos clássicos puristas, é do seu gosto. A música da "Nova Era" foi e ainda é uma inovação dentro do cenário do descobrimento de formas hodiernas de manifestação musical. A magnífica Nona de Beethoven e uma ou outra delicada obra de Debussy ou Ravel, ou a que estou escutando exatamente agora, "A Dança dos Espíritos Abençoados" (Orfeu e Eurídice), de Gluck, não excluem nem diminuem a beleza do "Novus Magnificat - Through The Stargate" de Constance Demby. Nem a doçura instigante de "Tente outra Vez" dele, Raulzito. Há fantásticas estruturas melódicas no já "idoso" rock sinfônico, (ou progressivo, como queiram), tão desmerecido pelos que têm paixão (vejam só!) pelo rock pauleira, aquele no qual só a bateria e o baixo são estruturados e não há uma só miserável linha melódica disponível na apresentação. Só e tão somente a estridência das guitarras e dos vocais é que são considerados e elevados aos limites sonoros insuportáveis, para o inconcebível deleite (Ah! O Sepultura...) dos seus ouvintes "presentes". E o som do "TUM-TUM-TUM" (há!)-. Há alguma chance de se mesclar poesia com tal excrescência ? Admiradores fanáticos deste tipo de som são condenados a não ter opção de que tipo escutarão no seu próprio futuro, já que terão seus órgãos auditivos sobremaneira prejudicados ou estarão efetivamente surdos e incapacitados para reconhecerem qualquer modalidade. Se você for um destes últimos, aí então um dia você descobrirá que ... já era! Você terá abusado de ... si mesmo. Sendo assim, você teria perdido a invulgar oportunidade de percorrer maravilhosos caminhos, somente dignos de uns privilegiados seres habitantes deste nosso fisicamente ínfimo planeta chamado erroneamente Terra, este situado num dos confins de uma pequena galáxia de forma elíptica, absurdamente bela e insignificante diante do Conjunto da Obra. Mas, em não tendo sido assim, você foi então um Viajante do espaço interestelar. A Música o terá levado aos mais belos cenários do Universo desconhecido. E certamente que ocorrerá que, em algum momento nessa sua particular Jornada, seguramente que em algum instante mágico e imensuravelmente belo da sua vida, com certeza você encantado sentirá que terá chegado bem próximo de . . . Deus!